Eu estava com 45 anos, participava ativamente de movimentos
sociais na luta por direitos e igualdade.
Há uns oito anos antes, com bexiga neurogênica devido à pielonefrite, fiz a extração da bexiga e
tive que me submeter a uma derivação dos ureteres
(escala de Bricker) para o abdomem, aquilo que chamam de uretereostomia. Usava um “coletor” de
borracha naquela pequena abertura – hoje uso bolsas coletoras – que era
amarrado na cintura. O “depósito” do coletor era fixado nas pernas, por onde eu
escoava a urina, quando necessário.
Assim, possuía “autonomia”, higiene e “liberdade”, pois tinha
incontinencia urinária.
A paraplegia foi adquirida em 1971 com trauma raquimedular na
C7.
Congresso
Fui para Brasilia, onde num Congresso com mais ou menos cinco
mil pessoas de todo o Brasil, discutimos sobre novas propostas na área. Fui
combativo e insistente.
Sempre me vesti adequadamente, asseado, perfumado e apresentável.
A profissão exigia rigor e excelência no vestir.
Já no primeiro dia, como os cadeirantes ficavam à frente da
platéia, vi uma moça sentada com uma saia provocante. Ela, oriunda do Nordeste
do país, tinha uma tez morena e linda, corpo escultural, roupa e jóias à
mostra, bom gosto, bem penteada.
Visão
Falei com um colega da beleza da moça.
Ela me olhava insistentemente quando me virava para falar à
platéia.
Proximo de se encerrar o evento do primeiro dia, notei que
ela estava se aproximando de mim e nos apresentamos.
A primeira coisa que fiz foi lhe oferecer carona na Van que
nos levaria ao Hotel, por sinal, ela estava no mesmo que eu.
Travamos conhecimento na viagem até o Hotel e ao chegar a
convidei para subir e conhecer “meus aposentos” e lhe agradeci por acompanhar
um cadeirante, sendo ela uma pessoa “dita” normal.
Notei que ela estava feliz e queria algo mais do que
amenidades.
A intimidade
Na intimidade do quarto, depois que cada qual foi ao
banheiro, entre um drink e outro, as mãos foram se tocando e pude sentir o odor
do seu perfume. Acariciei seus longos brincos e cheguei até sua boca com maciez
e leveza. Ela estremecia.
Não demorou muito para levar a sua mão até minha região baixa
e ela foi acariciando meu penis, conseguindo uma impressionante ereção. Minhas
mãos já haviam explorado seus seios e estavam na sua vagina, fazendo um sôfrego
vai-e-vem que a faziam delirar.
Fui para a cama, sentei com o travesseiro nas costas – minha
posição preferida – cruzei minhas pernas e a trouxe para mim. Fui penetrando-a
aos poucos, ela teve o cuidado de colocar o preservativo que nós homes, sempre
esquecíamos.
Puxava-a pelas nadegas e com meus braços fortes – jogava
basquete em cadeira de rodas – consegui os movimentos que pela leveza da
parceira, levou-nos ao ápice em poucos minutos.
Minha ereção não tinha acabado e ela chegou ao orgasmo. Eu
também. Mas eu queria mais e ela estava extasiada.
Quem somos?
Nos vestimos, descemos para o jantar, trocamos caricias até
altas horas.
Ela tinha cargo superior, bem formada, articulada, dessas
pessoas que sabe o que quer.
Não entrei muito na itimidade familiar e ela fez o mesmo.
Ao subirmos, tomamos um banho de banheira, juntos, fizemos
amor novamente ali mesmo, dentro d’água.
Novo dia
Cada qual para o seu quarto e no outro dia, o encontro no
evento foi lindo. Ela levou-me um presentinho e pediu que ficássemos juntos a
noite novamente.
Senti novamente o desejo por aquela mulher, que era um sonho.
Eu não acreditava no que estava acontecendo, tinha receio de pedir para alguém
me beliscar. Ela também.
A noite fomos novamente para a cama, jantamos no quarto,
dormimos juntos.
Nos engalfinhamos antes de dormir e pela manhã – em todos os
anos da minha vida, desde os 14 anos eu tenho uma ereção impressionante antes
de levantar-me.
Trocamos caricias, confidencias, falamos de coisas boas, de
geografia, de medicina, de paraplegia, de namorados, namoradas, esposos,
esposas e por aí.
Passeios e despedida
No terceiro dia ela quis um tempo, fomos ao shopping passear,
compramos, nos presenteamos.
No quarto e ultimo dia, o mais triste, pois seria a
despedida. A coloquei sobre uma mesa do quarto e a lambi toda. Lembro até hoje
do seu clitóris durinho, chegou a múltiplos orgasmos só na sacanagem.
Ela tambem mostrou as qualidades na felação. Dormimos juntos
e na madrugada do quinto dia ela levantou-se, deu-me um beijo de despedida,
deixou-me dormindo e foi para o Aeroporto. Deu-me o seu telefone, mas pediu
para não ligar. Não entendi. E assim fiz.
Nunca mais vou esquecer essa mulher.
O nome do autor será preservado, mas o identificaremos como Orpheu
Nenhum comentário:
Postar um comentário