A revolta
O relacionamento mudou, quando se é jovem, não se aceita uma mudança tão radical no organismo, no corpo, a ponto de não ter controle sobre si mesmo.
Eu não sentia nada, tinha “urina solta” (incontinência urinária), “intestino solto” e perdi o equilíbrio ao sentar-se sem encosto.
O relacionamento intimo era apenas com as mãos, tentativas houveram, mas sem resultados e a parceira não estava a fim de continuar, para me preservar.
Esse estado de coisas deixa a pessoa com deficiencia ultra revoltada com si, com os seus e com o mundo. Deus é o primeiro alvo de ataques enfurecidos. Por que eu? Que eu fiz de errado? Não merecia isso!
Para completar, recebia constantes visitas de pastores evangélicos com a velha frase batida: “Tenha fé que você vai andar”.
Novas amizades
Passei a me dedicar 24 horas para o trabalho. Trabalhei tanto que adquiri carro novo, roupas boas, aparelhos decentes, alguns importados e passei a construir uma casa muito bonita. Depois construi mais e mais.
Certo dia, atarefado na minha sala, pedi para uma funcionária trazer-me um café.
Ela veio com um semblante alegre e simpático, sorrindo, me entregou a xícara de café e relou sua mão na minha, olhando-me nos olhos.
Não tinha percebido que aquela menina trabalhava ali – ela estava com 19 aninhos – se vestia bem, com calça jeans bastante justa, camisa abotoada com um generoso decote. Olhos azuis com sardas na face que a tornavam encantadora.
- Como não a percebi antes?
Aquilo mexeu com minha libido, a ponto de me provocar ereção. Aliás, eu sempre sentia ereções, mas desta vez houve uma razão de ser.
A tarde lhe ofereci carona e a deixei em casa. Na ida minhas mãos tocaram as suas e resvalei sobre suas coxas roliças. Ela gostou. Ao chegar, veio o convite para algum dia almoçar ou jantar na sua casa.
Quando isto aconteceu, levou-me para conhecer o seu quarto, todo enfeitado com bonecas e brinquedos desde o tempo de menina. Roupinhas no lugar, tudo limpinho asseado.
Convidei-a para sair, ela topou.
O primeiro encontro
Naquele tempo eu usava coletores urinários de borracha “vestidos” no penis. Amarrava na cintura para fixá-lo e pendurava nas pernas. O penis endurecia dentro daquela borracha, sempre muito quente.
Quando eu tirava o coletor por ocasião do banho, as vezes soltava jatos de urina.
- Como vou usar isto com a menina? Ela vendo esta “borracha”, o que vai dizer? E seu eu tirar o coletor na “hora h”, vou urinar na sua vagina?
Ela subiu no carro toda radiante e eu não sabia para onde ir. Não arrisquei ir a Moteis, pois geralmente não conseguiria entrar devido à degraus ou portas estreitas.
Resolvi entrar numa rodovia movimentada porque sabia de um lugar afastado, onde poderia ficar sem ser perturbado. Depois de uns quarenta kilometros, entrei por uma estradinha de chão que levava para uma clareira na entrada da mata virgem, bem no alto, de onde poderia se avistar a rodovia e qualquer movimento.
Desliguei o carro e veio o primeiro beijo. Amassos e respiração ofegante de ambos os lados. Estavamos em êxtase. Precisavamos fazer amor imediatamente.
- Nossa como você ta molhadinha!
Coloquei meus dedos naquela vagina encharcada e a menina não parava de ter orgasmos, suspirava, soluçava, se retorcia.
- Desculpe lindinha, não vou colocar hoje o que você tanto deseja, pois acho que não devo abusar de você no primeiro encontro.
Foi a minha defesa. Ela estava toda mole, não agüentaria mesmo. Sorte minha.
O medico resolveu
Do segundo encontro em diante, fui explicando aos poucos o meu problema. Tentamos algumas vezes, tive ereção satisfatória, mas não arriscamos devido à questão da urina. Fatalmente eu iria lhe transmitir infecção urinária.
Na outra semana tive que me submeter a uma cirurgia de extração da bexiga para salvar um dos rins que já estava dilatado.
Falei ao urologista da minha situação com as moças e ele sugeriu que eu colocasse uma prótese peniana para ajudar na ereção. Daí, com ou sem libido eu poderia ter quantas mulheres pudesse e por quantas horas quisesse. E aproveitaria a mesma cirurgia para fazer tudo.
- “Quando eu fizer a uretereostomia você ficará com o penis livre, apenas para relações sexuais”.
“Abençoado medico”.
Depois da cirurgia eu ficaria urinando através de ureteres com bolsas de borracha coladas num orifício por onde sairia a urina. (Naquele tempo não haviam bolsas com placas coladas ao corpo, como as de colostomia, que se usa hoje).
Fiquei quinze dias em repouso, a cirurgia foi um sucesso, usei sonda e depois o medico me passou a bolsa de borracha.
Uma estomateurapeuta ensinou a utilizar e fui para casa. Mais dez dias comecei a trabalhar novamente.
Ela foi a primeira a me ajudar no carro, levou-me para minha sala. Na reunião de trabalho para retomar os serviços, ela era toda solícita e atenciosa. Cuidava dos medicamentos e falou da solidão que foi ficar quase um mês me esperando. E disse que estava felicissima por me reencontrar.
A Ostomia (por onde urinava) estava muito bem, mas o penis não poderia ser usado. Estava enorme, bem comprido, com uma prótese de silicone. Teria que esperar mais vinte dias para uso após cicatrizar.
Dias e noites de prazer
Passado esse período, sai furtivamente com aquela mocinha para um Motel. Era dia claro, liguei numa boa musica e tentei criar um clima. Os carinhos, afagos, beijos mãos safadas e lá fomos nós. Depois de deitar fiquei assistindo ela tirar a roupa.
Um corpinho escultural, era um “minhonzinho”, peitinhos grandes e duros, bem postados, uns biquinhos salientes. As cochas fortes, um pouco musculosas e as nadegas durinhas. Com minhas mãos afaguei aquelas nadegas e senti um prazer imenso. Cinturinha fina.
Chupei aqueles peitinhos com volúpia e coloquei minhas mãos no trabalho. Ela estava “no ponto”.
Deitei, tirei minha roupa e comecei a massagear meu pinto. Ela começou a lambe-lo. Safada! Admirei-me da coragem dela levar a bocas ali, onde bem próximo há um orifício. Ela ainda comentava: “Humm, que cheiroso, delicia”!
Eu via aquele corpinho branquinho, todo nu com aquela vasta pentelheira e fui tendo ereção.
Fiquei no ponto ideal e aí sentei e ela se encaixou. Com todo cuidado.
Me impressionou que uma menina baixinha – devia ter 1,62 m – com corpo perfeitinho, tinha uma “baita xana”. Meu penis era grande e grosso. Ela o agasalhou muito bem e ainda fazia barulho do ar que penetrava pela abertura vaginal, apesar de tudo.
Essa foi a primeira vez depois de uns três anos do meu acidente.
Fizemos amor varias vezes, eu sempre estava com o pau duro. Não ejaculava, mas sentia um prazer imenso com ela.
Bastava um calorzinho, um toque para endurecer.
Nossos encontros às escondidas se multiplicavam.
Dura pouco
Nos dias que se seguiram ela passou a ser a minha principal atenção. Comprei-lhe roupas que eu gostava que usasse comigo, íamos a jantares, cinema, shopping e marcamos varias viagens.
Ela ganhava e me dava jóias.
Vivemos uma paixão fulminante, quando ia buscá-la após o almoço, algumas vezes me dizia: “Me leva pra cama”?
Fizemos amor de todas as formas imagináveis, éramos criativos, saudáveis.
Depois de uns dois anos, quando eu sempre ficava super compenetrado no trabalho, ela se queixava de dor de cabeça, mal estar. No período menstrual, ela sentia cólicas horríveis, as vezes ficava deitada o dia inteiro.
Ao sairmos para um Motel, ela disse que estava sendo cobrada pelos pais e que não poderíamos mais nos ver. Não quis fazer amor comigo. Mas, eu já estava nu e de pau duro, não queria perder o embalo. Ela fez amor chorando.
Eu não me senti bem e cheguei a conclusão de que ou assumiria ela de vez ou acabaria. Como eu tinha família ainda, pensei mais nesta.
E chegamos ao fim de um amor que foi intenso, bem vivido, vibrante e intenso.
Varios anos depois, a vi na cidade. Disse que se tornou uma mulher depressiva, casou-se, mas se separou depois de alguns anos.
E que nunca mais encontrou a felicidade. E confidenciou que o pai jamais aceitaria um relacionamento dela com uma pessoa que usasse uma cadeira de rodas!
Por Orpheu